quinta-feira, 28 de maio de 2009

Pense Nisso, Pense Verde!


Produzir menos lixo, isto é possível? Sim! Basta você usar alguns critérios na hora de fazer as compras. Sabe aquela mania de levar para casa dezenas de saquinhos de supermercado? Comece a usar a mesma sacola plástica para colocar vários produtos afins.
Essas sacolas branquinhas são as mesmas que entopem os bueiros, provocando as inundações. Dos bueiros, pela da água, elas são carregas para os riachos, para as lagoas e para o mar. Alguns plásticos levam aproximadamente 500 anos para serem degradados, outros são totalmente não-biodegradáveis.
Existem supermercados na Europa que embalam as mercadorias em sacolas de papel; elas são biodegradáveis e podem ser recicladas.
Estas atitudes inteligentes não se restringem às sacolas de supermercado. Na Alemanha e em outros países, bebe-se refrigerante em garrafas de vidro. Essas garrafas podem voltar para à indústria para serem reaproveitadas inúmeras vezes, pois podem ser recicladas ou reenchidas. Enquanto isso, o Brasil é o maior consumidor de garrafas PET do mundo. Por quê?
As indústrias produtoras de refrigerantes, multinacionais e nacionais, será que somente têm para nos oferecer aqueles minúsculos símbolos de reciclagem no rótulo de seus produtos?
Por que não adotar atitudes ecológicas também no nosso país? E nós consumidores? Você sabia que somos nós quem mandamos nessas empresas? É claro, nós compramos os seus produtos, nós decidimos para onde deve ir o nosso dinheiro.
Em muitos países as entidades ecológicas e os consumidores, há algum tempo, têm exigido atitudes limpas das empresas, isto é, modos de produção que causem menos impacto para o meio ambiente. Nós também podemos fazer isto no Brasil!
Pense nisso, pense verde! Nas compras dê preferencia para os produtos que agridam menos a natureza. Evite embalagens de isopor, prefira as de papel, elas são recicláveis. O isopor é totalmente não-biodegradável e além disso contém benzeno e CFC na sua composição.
O benzeno é cancerígeno e o CFC é aquele produto que está agredindo a camada do ozônio. Em relação aos detergentes, escolha um biodegradável. O fósforo composto químico usado na maioria deles é altamente nocivo para a natureza. Este composto em determinadas quantidades pode levar, até mesmo, à morte de rios.
Seja exigente, se você gosta de um determinado produto que contém substâncias ou que é vendido em uma embalagem que polui o meio ambiente, contate o fabricante, comunique a sua insatisfação, peça para que a embalagem seja trocada por uma que polua menos. Divulgue essas idéias para os seus amigos. Faça pressão! Lembre-se de que estas empresas precisam de nós, consumidores!

Mardiore Pinheiro é Bióloga graduada pela PUCRS - Porto Alegre e mestre em Botânica na UFRGS - Porto Alegre

Época - A Terra que queremos evitar em 2100

Época - NOTÍCIAS - A Terra que queremos evitar em 2100

Época - Elas se preocupam com o futuro do planeta


Realizar a coleta seletiva, apagar a luz ao deixar o cômodo, evitar usar o carro. Ações cotidianas que cada um pode adotar para diminuir seu impacto ao meio ambiente. Mas nada disso fará sentido se as maiores emissoras de gases poluentes, as empresas, não se engajarem na luta contra o aquecimento global. Afinal, aproximadamente 77% de nossas emissões são provenientes de produtos que adquirimos.
Com a cobrança de acionistas e consumidores, as empresas aos poucos peceberam suas responsabilidades em conter a evitável onda de calor que vêm por aí. Para conferir o trabalho das instituições e elencar as iniciativas mais relevantes, a ÉPOCA realiza anualmente o Prêmio de Mudanças Climáticas. Em setembro deste ano, serão divulgadas as empresas mais “verdes” de 2009.
A primeira edição da premiação ocorreu no final de 2008. Como este ano, as empresas concorreram em duas categorias: Melhor Gestão e Melhor Estratégia. Ficaram com os primeiros lugares, respectivamente, a Votorantim Cimentos e a Natura.
A Votorantim Cimentos ganhou o título de Melhor Gestão devido ao seu inventário de emissões. A companhia faz medições de gases de efeito estufa desde 2002 com auditoria externa. Assim, conseguiu identificar várias oportunidades de aperfeiçoamento. Inclusive a meta de chegar, em 2010, com emissões 10% menores que em 1990. Esse trabalho superou o esperado. Mesmo com aumento da produção, em 2007 o lançamento de gases poluentes diminiu para 13,3%. Combustíveis alternativos – como casca de arroz, de castanha-de-caju e bagaçu de cana-de-açúcar – usados no lugar do carvão e do petróleo para aquecer os fornos foram alguns dos responsáveis. Pneus velhos e resíduos de outras indústrias também entraram na lista. Para tantas ideias diferentes, os próprios funcionários opinam. Como resultado, hoje ela é a cimenteira com maior eficiência de emissões do mundo.
Quanto emite – em toneladas
14.931.241
A empresa de cosméticos Natura recebeu o prêmio de Melhor Estratégia por envolver fornecedores e distribuidores no seu plano de redução de impacto ao meio ambiente. Influenciando, dessa maneira, o comportamento do próprio consumidor. O objetivo da empresa é reduzir as emissões de gases poluentes em 33% até 2011. Para tal, ela mediu todo o carbono liberado desde a fabricação de matéria-prima pelos fornecedores até os produtos entregues na mão dos clientes. Em seguida, a empresa lançou várias ações. Por exemplo, fabrica produtos com óleo vegetal de frutos colhidos por comunidades da Amazônia - mantendo a floresta em pé. Os carros dos distribuidores usam álcool ou gás natural. Entre grandes distâncias, opta pelo transporte marinho no lugar do rodoviário. Em São Paulo, as embalagens usadas são recolhidas e enviadas para a reciclagem. Além disso, a empresa cria grupos em cada departamento para identificar oportunidades de redução e compensa o carbono liberado por sua cadeia de produção financiando projetos de redução de emissões em outras companhias.
Quanto emite – em toneladas
183.619 (incluindo as redes de fornecedores e distribuidores)
Apesar da Votorantim Cimentos e Natura terem conseguido os primeiros lugares, outras empresas também avaliaram suas emissões e traçaram metas de redução. Conheça as 20 instituições – e suas ações - Líderes em Mudanças Climáticas do país de 2008:

AmBev
Quanto emite: 666.459
Plano para redução: A fábrica de bebidas está substituindo os combustíveis fósseis (como gasolina e diesel) por biocombustíveis, como o biogás. O gás é produzido pela própria AmBev, a partir de resíduos orgânicos. Ele é usado nas caldeiras para a fabricação de cerveja.

Anglo American
Quanto emite: 426.246
Plano para redução: A mineradora vai substituir o óleo combustível feito a partir de petróleo por lascas de madeira de eucalipto de suas áreas de reflorestamento. Esse processo será feito em alguns dos fornos em que a empresa beneficia minérios.

ArcelorMittal
Quanto emite: 13.956.196
Plano para redução: A siderúrgica anunciou que vai reduzir as emissões de CO2 no processo de fabricação de metais e nas comunidades onde atua. Essas reduções podem ou não gerar créditos de carbono.

Banco Bradesco
Quanto emite: 217.110
Plano para redução: Usa geradores de emergência movidos a diesel com a menor emissão possível. Vai reduzir em 10% o consumo de energia elétrica. Também pretende reduzir em 1,5% a geração de resíduos orgânicos, que são destinados aos aterros sanitários e emitem metano em sua decomposição.

Banco HSBC Bank Brasil
Quanto emite: 20.431
Plano para redução: Vai incentivar a utilização de videoconferências para evitar viagens. Já possui 49 salas para videoconferências e 210 para audioconferências. Também vai trocar o gerador elétrico a diesel da Central Administrativa. Ele será movido a hidrogênio, que emite apenas água e calor.

Banco Itaú
Quanto emite: 2.439
Plano para redução: Quer renovar a frota. Os 164 carros movidos a gasolina serão trocados por carros flex. Pretende substituir os aparelhos de ar condicionado que utilizam muita energia por outros que consomem menos e substituir reuniões presenciais por videoconferência e teleconferência.

BSH Continental
Quanto emite: 6.503
Plano para redução: Cada refrigerador da empresa consome 45% menos eletricidade que os de outros fornecedores do Brasil, de acordo com o Inmetro. A empresa consegue esse rendimento porque seus refrigeradores possuem compressores mais eficientes. A BSH compensa parte das emissões plantando árvores.

CESP
Quanto emite: 8.748
Plano para redução: A companhia elétrica vai reduzir em 10% as emissões de combustíveis, consumo de energia elétrica e de papel, que é destinado a aterros sanitários e emite metano. Também quer reduzir emissões de resíduos orgânicos, como grama e plantas aquáticas, que emitem metano ao se decompor. Um dos caminhos é transformar esses resíduos em adubo.

DPaschoal
Quanto emite: 8.290
Plano para redução: A rede de oficinas pretende identificar as oportunidades de redução das emissões. Vai realizar projetos de plantio de árvores para compensar o carbono emitido.

Duratex
Quanto emite: 1.133.176
Plano para redução: A empresa de materiais de construção tem um compromisso com a Bolsa de negociação de créditos de carbono de Chicago (CCX) para reduzir suas emissões. As reduções serão feitas pela absorção de carbono em seus plantios florestais.

Polícia Federal
Quanto emite: 16.000
Plano para redução: Como os combustíveis fósseis representam 93% das emissões totais, sendo a gasolina o combustível que mais emite (36%), a PF estuda a troca dos automóveis a gasolina por álcool. No caso da polícia judiciária, que usa caminhonetes, barcos ou aviões para prisões e investigações, as emissões serão compensadas com plantio de árvores.

Renault
Quanto emite: 22.618
Plano para redução: A montadora quer reduzir o consumo de energia e de combustíveis dos equipamentos de produção e reduzir as emissões dos carros fabricados, para emitir menos
gás carbônico e monóxido de carbono nas ruas. Há ações em energia renovável, com a obtenção de 86% de energia hidrelétrica em 2008. A Renault pretende chegar a 1% em energia eólica e 1% de solar.

EDP Energias do Brasil
Quanto emite: 11.407
Plano para redução: A operadora de energia utiliza uma frota de carros com gás natural (GNV), que emite menos que o diesel, para a equipe técnica e os executivos da empresa. Para a adoção de novos veículos, priorizam os que usam combustíveis menos poluentes.

Fetranspor
Quanto emite: 1.685.000
Plano para redução: Em 2007, a federação de empresas de ônibus do Rio de Janeiro lançou o programa de uso de biodiesel em 3.500 ônibus. Os veículos circularam durante seis meses sem interrupção. A empresa possui um convênio com o governo do Estado para reduzir em 7,5% as emissões. Todos os 18.300 ônibus são monitorados por técnicos ambientais.

Honda Automóveis
Quanto emite: 1.393.224
Plano para redução: A montadora vai trocar os carros da empresa de gasolina para etanol até 2010. Colocará reguladores de temperatura nas salas da empresa para reduzir o consumo de ar-condicionado. Já possui várias áreas com telhado translúcido (material que permite a passagem de luz). A técnica será estendida a todas as áreas produtivas.

Moto Honda
Quanto emite: 35.707
Plano para redução: Pretende chegar a 2010 com a emissão de 17,22 quilos de CO2 por moto produzida. Hoje emite 20,59 quilos de CO2 por moto. Para isso, transformará sua caldeira de
querosene para bicombustível. Já instalou 13 placas solares que geram eletricidade para alimentar os cabos da cerca de proteção da fábrica, as sirenes e parte da iluminação. Pretende instalar cata-ventos para energia eólica até 2010.

Roche
Quanto emite: 5.593
Plano para redução: O laboratório pretende trocar as caldeiras da fábrica para obter uma queima mais pura – que emite menos gases de efeito-estufa – na fabricação de medicamentos. Esse processo aumenta a eficiência, reduz o consumo e, conseqüentemente, reduz a geração de CO (monóxido de carbono, um dos gases que aumentam o aquecimento global) e CO2.

Souza Cruz
Quanto emite: 46.571
Plano para redução: A empresa usa energia renovável – lenha de reflorestamento – para a geração de vapor, utilizada na fabricação de cigarros. A madeira plantada substitui o combustível fóssil, que lança carbono na atmosfera.

Suzano Papel e Celulose
Quanto emite: 795.819
Plano para redução: A plantação de eucalipto para fabricação de papel tira da atmosfera 4,6 toneladas de carbono para cada tonelada produzida pelas atividades diretas da empresa. Como retira carbono da atmosfera, a Suzano vende créditos na Bolsa de Chicago.

Telefônica São Paulo
Quanto emite: 58.946
Plano para redução: Pretende diminuir o uso do ar-condicionado nas centrais de regiões de clima mais ameno, pois 50% da energia gasta nas operações de rede provém da refrigeração.

Redação Época

Se Você Desiste, Eles Desistem!



Global Warming Awareness - Quercus

Honda Insight - Let it Shine



Comercial Honda Insight Advert Let it Shine

A Ilha dos Golfinhos



Premiado com Palma de Bronze no Festival Mundial de Imagens Submarinas, em Antibes na França, este documentário foi produzido para National Geographic Channel e 20TH Century Fox, em co-produção com a NHNZ - Natural History New Zealand.
Em parceria com o IBAMA e com o Centro Golfinho Rotador, "A Ilha dos Golfinhos" mostra o ciclo de vida dos Golfinhos Rotadores, que vivem em águas tropicais do mundo inteiro mas escolheram a Baía dos Golfinhos, em Fernando de Noronha - PE, para descansar, acasalar e cuidar de seus filhotes.
Rodado ao longo de 4 meses, muitos comportamentos registrados eram inéditos em filme. O documentário procura entender, junto com cientistas, porque os golfinhos rotadores executam seus saltos acrobáticos.

A Jornada - Louis Vuitton



Propaganda da Louis Vuitton. Onde a vida o tomará?

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Mônica Salmaso - Modinha do Pau Brasil

Brasil Brasileiro

Wilson Simonal - 1976

Wilson Simonal - Ninguém sabe o duro que dei



"Como é que pode o Rei do Suingue ser condenado ao ostracismo por falta de jogo de cintura?! Pois é...esse é o paradoxo que marcou a vida de um dos maiores artistas da música brasileira: Wilson Simonal. "Alegria, Alegria" era o bordão desse cantor negro que orquestrava platéias gigantescas. O dom que ele tinha em dominar as massas, lhe faltou na hora de lidar com o sucesso. Simonal era subversivo e carismático ao mesmo tempo, sendo mal interpretado numa época em que tudo era analisado com radicalismo: ou você era da Direita Perversa ou da Esquerda Intolerante. No meio desse tiroteio de ideologias, Simonal foi vitima das duas correntes. O precursor da musica POP Brasileira, interprete da Pilantragem (estilo de musica debochado e malandro da época), perdeu o rebolado quando não teve habilidade em lidar com o suposto roubo de seu contador. O menino negro e pobre, filho de empregada domestica, que alcançou o sucesso graças ao seu talento, viu tudo desmoronar...julgado e renegado pelos seus colegas de trabalho e pela mídia, num boicote que durou mais de duas décadas."
blogdoscassetas

domingo, 24 de maio de 2009

Homenagem Póstuma a Zé Rodrix



O cantor e compositor Zé Rodrix, 61, morreu na madrugada desta sexta-feira (22/05), em São Paulo.
Rodrix, cujo nome de batismo é José Rodrigues Trindade, apareceu para o grande público em 1967, em um festival da Record.
Sua carreira ganhou destaque nos anos 70, quando trabalhou com o grupo Som Imaginário --banda criada para acompanhar uma turnê de Milton Nascimento-- e ao lado dos músicos Sá e Guarabyra. O trio se transformou em ícone do chamado "rock rural".
Entre as canções mais famosas de Zé Rodrix estão "Casa no Campo", famosa na voz de Elis Regina, "Mestre Jonas" e "Soy Latino Americano".
Nas décadas de 80 e 90, Rodrix abandonou a carreira musical para se dedicar à publicidade.
Em 2001, voltou a se reunir com os companheiros Sá e Guarabyra para uma apresentação do "Rock in Rio". No mesmo ano, o trio lançou um DVD ao vivo, reunindo seus maiores sucessos: "Sá, Rodrix & Guarabyra: Outra Vez Na Estrada - Ao Vivo".

Aqui jaz o jazz. 191? - 2009 (outra vez...) por Lucas Mendes


Lucas Mendes
De Nova York para a BBC Brasil

"Ninguém sabe onde, quando e como nasceu o jazz, mas ele já morreu várias vezes.
A nova data do falecimento é 20 de maio de 2009, nesta última quarta-feira. A morte foi anunciada em jornais e revistas porque, depois de 37 anos, por falta de verba, foi cancelado o festival de jazz JVC de Nova York, o maior senão um dos maiores do mundo, e outros importantes eventos jazzísticos em Miami e Chicago. O poster da Bebel Gilberto e outras estrelas já estavam nas ruas.
De 69 a 72 eu fui ao festival quando era em Newport, e conheci o professor José Duarte, que ensina jazz na universidade de Aveiro em Portugal, tem três programas nas rádios portuguesas, inclusive um de 66, um dos mais antigos programas sobre jazz no mundo.
O professor me disse que o jazz nasceu do dia da primeira gravação porque é musica improvisada - o que veio antes não foi escrito nem gravado - mas não se sabe a data exata da gravação, quem estava na banda, como não se sabe a origem da palavra. Talvez, diz ele, do francês jasser, uma gíria em Nova Orleans que significava transar.
Há quem afirme que o pai do jazz é um siciliano chamado Dominick La Rocca. As teorias mais convencionais discutem se foi Jelly Roll Mortron ou a Original Dixieland Jazz Band, que, na época, 1917, só tinha musicos brancos.
Ontem, por pura coincidência, entrevistei Ben Ratliff, crítico de jazz do New York Times, para o programa Milênio, uma entrevista que estava marcada havia várias semanas. Sobre a morte do jazz , disse que " talvez ele morra um dia , mas pelo número de músicos nas escolas e de profissionais tocando e gravando, o jazz vai viver mito tempo".
Sobre a data do nascimento dele, que sabe tudo sobre jazz, diz que também não sabe e duvida de quem sabe.
"É um debate acadêmico, mas não nasceu na primeira gravação. Aconteceu antes dos discos".
Ben vai a pelos menos três concertos por semana em NY, que continua sendo a melhor cidade para ouvir jazz, e as duas casas preferidas dele são o Village Vanguard e o Standard, mas cada vez mais a musica segue na direção do Brooklyn, com ambientes pequenos, ideais para os músicos, para o jazz e para a audiência.
Em 2002, Ben Ratliff publicou o livro The Essential Library, pela editora do New York Times, com a lista dos cem melhores discos de jazz. No meio jazzístico, provocou dissonâncias, entre elas, talvez a maior, a inclusão de Coisas, do brasileiro Moacir Santos, gravado em 65.
"Quem é este Moacir que merece um lugar ao lado de Louis Armstrong, Duke Ellington, Charlie Parker e John Coltrane (também um livro de Ben Ratliff )?", atacaram os críticos.
Ben, que conhece música brasileira mais do que 99% dos brasileiros, defende a escolha e explica que Coisas tem coisas a altura do melhor jazz americano pela harmonia, melodia e ritmo. "Tudo do jazz está ali".
Algum brasileiro entraria hoje no time dele hoje dos Cem Melhores? Hermeto Pascoal?
"Não. Eu incluiria gravações brasileiras nos cem discos favoritos, mas não de jazz. Hermeto é excepcional, mas tem um pé no jazz e um pé meio fora do jazz".
Não me pergunte o que é meio pé.
Ben não está preocupado com o fim do maior festival de jazz dos Estados Unidos, o JVC.
"O grupo que comprou os direitos de George Wein (o principal criador do festival de Newport e patriarca de festivais de jazz) ano passado (por US$ 4 milhões) parecia mais interessado nos eventos do que no jazz. Tinham planos mirabolantes de festivais em lugares exóticos, alheios à música, e furaram. Eram mais incursões turísticas do que jazzísticas".
Só no ano passado, o grupo Festival Networks, que comprou os direitos de Wein, promoveu festivais em 17 países do mundo e muitos perderam dinheiro. Com a crise econômica, os patrocinadores desapareceram, mas Ben acha que o festival de Nova York é menos vitima da crise do que da incompetência do Festival Networks.
Onde e como nasceu o jazz é um mistério, mas este ano pode vir aqui para ouvir jazz, não para o festival, nem para o aqui jaz."

Divã por Martha Medeiros


"Tenho viajado bastante para acompanhar algumas pré-estreias do filme Divã, baseado no meu livro homônimo. Delícia de tarefa, ainda mais quando a gente gosta de verdade do trabalho realizado, e esse filme realmente ficou enxuto, delicado e emocionante. Além disso, ainda consegue me provocar. A personagem Mercedes (vivida pela incrível Lilia Cabral) está fazendo análise e leva pro consultório muitos questionamentos sobre sua vida. Até que, passado um tempo, finalmente relaxa e se dá conta de que não há outra saída a não ser conviver com suas irrealizações. Diante disso, o analista sugere alta, no que ela rebate: Alta? Logo agora que estou me divertindo?
Eu tinha esquecido dessa parte do livro, e quando vi no filme, me pareceu tão cristalino: um dos sintomas do amadurecimento é justamente o resgate da nossa jovialidade, só que não a jovialidade do corpo, que isso só se consegue até certo ponto, mas a jovialidade do espírito, tão mais prioritária. Você é adulto mesmo? Então pare de reclamar, pare de buscar o impossível, pare de exigir perfeição de si mesmo, pare de querer encontrar lógica pra tudo, pare de contabilizar prós e contras, pare de julgar os outros, pare de tentar manter sua vida sob rígido controle. Simplesmente, divirta-se.
Não que seja fácil. Enquanto que um corpo sarado se obtém com exercício, musculação, dieta e discernimento quanto aos hábitos cotidianos, a leveza de espírito requer justamente o contrário: a liberação das correntes. A aventura do não-domínio. Permitir-se o erro.
Não se sacrificar em demasia, já que estamos todos caminhando rumo a um mesmo destino, que não é nada espetacular. É preciso perceber a hora de tirar o pé do acelerador, afinal, quem quer cruzar a linha de chegada?
Mil vezes curtir a travessia.
Dia desses recebi o e-mail de uma mulher revoltada, baixo-astral, carente de frescor, e fiquei imaginando como deve ser difícil viver sem abstração e sem ver graça na vida, enclausurada na dor. Ela não estava me xingando pessoalmente, e sim manifestando sua contrariedade em relação ao universo, apenas isso: odiava o mundo. Não a conheço, pode sofrer de depressão, ter um problema sério, sei lá. Mas há pessoas que apresentam quadro depressivo e ainda assim não perdem o humor nem que
queiram: tiveram a sorte de nascer com esse refinado instinto de sobrevivência.
Dores, cada um tem as suas. Mas o que nos faz cultivá-las por décadas?
Creio que nos apegamos com desespero a elas por não ter o que colocar no lugar, caso a dor se vá. E então se fica ruminando, alimentando a própria "má sorte", num processo de vitimização que chega ao nível do absurdo. Por que fazemos isso conosco?
Amadurecer talvez seja descobrir que sofrer algumas perdas é inevitável, mas que não precisamos nos agarrar à dor para justificar nossa existência."

Martha Medeiros

sábado, 23 de maio de 2009

O Profeta Gentileza por Marisa Monte e Leonardo Boff



"Como todo profeta, Gentileza denuncia e anuncia. Denuncia este mundo, regido "pelo capeta capital que vende tudo e destrói tudo". Vê no circo destruido uma metáfora do circomundo que também será destruido. Mas anuncia a "gentileza que é o remédio para todos os males". Deus é "Gentileza porque é Beleza, Perfeição, Bondade, Riqueza, a Natureza, nosso Pai Criador". Um refrão sempre volta, especialmente nas 56 pilastras com inscrições na entrada da rodoviária Novo Rio no Caju: "Gentileza gera gentileza, amor". Convida a todos a serem gentis e agradecidos. Na verdade, anuncia um antídoto à brutalidade de nosso sistema de relações. É precursor, sob a linguagem popular e religiosa, de um novo paradigma civilizatório urgente em toda a humanidade.
O movimento Rio com Gentileza , articulado pelo Prof. Guelman, visa a gestar gentileza na cidade marcada pela violência. É o que precisamos para com a natureza e para com a humanidade se quisermos que ainda tenhamos futuro."

Leonardo Boff

Green Day por Ilana Yahav


Por um mundo mais verde!

Inventando Moda


Às vezes, o que achamos insensato,
Aparece, no contexto, retratado.
Certas pessoas optam pelo errado.
Certos errados não caminham com o certo.
Está tudo confuso, tudo encasquetado.
Tudo desunido, tudo embaralhado.
Cada um só fazendo por si, um cada para cada lado.
Frente de batalha, golpe de estado.
Salve-se quem puder.
Fecho comigo e não abro.
Os valores inverteram-se.
Tá tudo dominado.
Filhos espancam mães.
Pais estupram filhas.
Irmãos matam irmãos.
Amigos estão na mira.
É compadre, tá foda!
A paz está perdida.
A verdade, de cadeira-de-rodas.
A harmonia, desaparecida.
O ensino, deficiente.
A hombridade, pedindo esmolas.
Onde já se viu?
É o contemporâneo homem fazendo história.
Fazendo não, desfazendo, destruindo.
Uma coisa é certa, ficará na memória.
Traumatismo, câncer, escória:
O certo foi esquecido.
O errado está na moda.

Ser Humano


"Somos as únicas criaturas na face da terra capazes de mudar nossa biologia pelo que pensamos e sentimos!
Nossas células estão constantemente bisbilhotando nossos pensamentos e sendo modificados por eles. Um surto de depressão pode arrasar seu sistema imunológico; apaixonar-se, ao contrário, pode fortificá-lo tremendamente.
A alegria e a realização nos mantém saudáveis e prolongam a vida.
A recordação de uma situação estressante, que não passa de um fio de pensamento, libera o mesmo fluxo de hormônios destrutivos que o estresse .
Suas células estão constantemente processando as experiências e metabilizando-as de acordo com seus pontos de vista pessoais.
Não se pode simplesmente captar dados brutos e
carimbá-los com um julgamento.
Você se transforma na interpretação quando a internaliza.
Quem está deprimido por causa da perda de um emprego projeta tristeza por toda parte no corpo – a produção de neurotransmissores por parte do cérebro reduz-se, o nível de hormônios baixa, o ciclo de sono é interrompido, os receptores neuropeptiídicos na superfície externa das células da pele tornam-se distorcidos, as plaquetas sanguíneas ficam mais viscosas e mais propensas a formar grumos e até suas lágrimas contêm traços químicos diferentes das lagrimas de alegria.
Todo este perfil bioquímico será drasticamente alterado quando a pessoa encontra uma nova posição.Isto reforça a grande necessidade de usar nossa consciência para criar os corpos que realmente desejamos.
A ansiedade por causa de um exame acaba passando, assim como a depressão
por causa de um emprego perdido.
O processo de envelhecimento, contudo, tem que ser combatido a cada dia.
Shakespeare não estava sendo metafórico quando Próspero disse: “ Nós somos feitos da mesma matéria dos sonhos.”
Você quer saber como esta seu corpo hoje?
Lembre de seus pensamentos de ontem.
Quer saber como estará seu corpo amanhã?
Olhe seus pensamentos hoje!”
“Ou você abre seu coração, ou algum cardiologista o fará por você!”
Deepak Chopra

Tenha Sempre um Sonho!


Tenha sempre um sonho, e tente esquecer os dias nublados e sombrios, mas não se esqueça nunca das horas de sol, nem das noites de estrelas...
Esqueça os momentos em que houve derrotas, mas nunca se esqueça das batalhas que já tenha ganho...
Esqueça os erros que não pode evitar, mas não se esqueça das lições que tenha aprendido com eles, e nem o que eles possam ter ensinado...
Esqueça os dias em que a tristeza tenha batido em sua porta, mas nunca se esqueça dos sorrisos que tenha encontrado, e nem daqueles que ainda encontrará...
Esqueça os planos que lhe falharam, porém, jamais deixe de sonhar...

A Natureza Humana


A todo instante a Natureza nos proporciona os mais belos espetáculos...
Verdadeiros milagres!
Pena que em nossa pressa de viver quase não prestamos atenção...
Pequenos e maravilhosos detalhes nos passam despercebidos
Estamos muito ocupados
Querendo “conquistar” cada vez mais!
Nos isolamos em nosso egoísmo...
Na maioria das vezes só prestamos atenção na Natureza quando ela se “enfurece”...
E nesses momentos nos sentimos desamparados...
Somos vitimas indefesas...
Mas...
A fúria humana pode ser muito mais destruidora...
Nos “alimentamos” da fragilidade do próximo, sem que para isso exista uma causa nobre.
Como somos insignificantes!
Em alguns momentos deveríamos agir como animais...
Porque enquanto na Natureza a luta é pela preservação da espécie...
O Homem luta para chegar na frente...
Mesmo que seja pela solidão de um primeiro lugar.
Maria Teresa

Que você tenha!


Paciência para as dificuldades
Tolerância para as diferenças
Benevolência para os equívocos
Misericórdia para os erros
Perdão para as ofensas
Equilibrio para os desejos
Sensatez para as escolhas
Sensibilidade para os olhos
Delicadeza para as palavras
Coragem para as provas
Fé para as conquistas
E amor para todas as ocasiões.

Acreditar na Vida

Seu Dia


Se o seu dia está começando agora, significa que você começa em vantagem. Isto quer dizer que você terá tempo de se preparar para que este dia esteja o mais próximo possível do dia ideal para você.
Está no ar um novo dia, e, se você não sabe, não há nada melhor do que uma manhã para encher o seu coração de esperança e dar aos seus olhos o brilho da confiança.
Sua inteligência, seu talento, seus dons e virtudes devem ser bem aplicados.
Cada minuto bem vivido é um exercício verdadeiro para o seu aprimoramento.
Não jogue fora um só segundo do dia que se abre a sua frente, e esteja preparado para a oportunidade quando ela aparecer.
Portanto, viva tudo o que tem direito e tire todo o proveito de cada boa sensação que você viverá. Cada segundo tem que valer e merece um registro especial no seu arquivo pessoal.
Já dizia o poeta Vinícius: "Vida é uma só. E é pra valer."
Então, vamos lá.
Está no ar, a partir de agora, a sua graça, o seu talento, a sua criatividade, a sua inteligência, sua beleza, sua simpatia, a sua sensibilidade e a sua humildade!!

Aprendemos com os Erros


Na vida não precisamos acertar sempre,
Mas a cada dia errar menos.
E é necessário que a cada erro,
Aprendamos o máximo possível.
Para que esses erros tornem-se experiências aproveitáveis,
Das quais precisaremos no futuro, para não cometer os mesmo erros.
Mesmo sabendo que muitas dessas experiências machucam,
Nos trazem lembranças que fazem sofrer,
E que preferimos esquecer.
Ainda assim, temos que ter consciência que devemos aproveitá-las
Para a cada dia errarmos menos e acertramos mais.
Porque a vida é assim, cheia de surpresa
E precisamos aprender a conviver com ela.
Caso contrário, não conseguiremos ser alguém,
E certamente não estamos aqui por acaso,
Sem razão, á toa, sem um objetivo à conquistar.
Estamos em busca de um espaço,
Para deixarmos de ser mais um neste mundo.
Por isso temos obrigação de aprender
A viver e conviver com a realidade.
Tendo consciência de que em nossas mãos
Está o nosso futuro.
Dependendo principalmente do que somos no presente,
O que seremos neste futuro bem próximo.
Precisamos ter em mente algo muito importante:
Que devemos ser sempre nós mesmos,
Respeitando ao nosso próximo como a si próprio.
Quando vermos que isto está acontecendo,
Então sentiremos que nossos erros tornaram-se experiências.
E que isso, é como um sinal de nosso amadurecimento.
Ou seja, que deixamos de ser crianças
E passamos a ser adultos,
Não no físico e sim no mental.

Relatividade do Tempo


Minha geração viveu uma transição curiosa:
Na década de 1960, o “amor livre”, os movimentos contra o racismo, a maior acessibilidade ao ensino oxigenaram nossa infância e adolescência, livrando-nos de alguns preconceitos e inventando outros.
Naqueles tempos a gente jogava bola em ruas quase sem movimento. Futebol de botão, carrinhos de “rolimã”, bola de gude, coleções de figurinhas e jogos de taco ou “espeto” também faziam parte das distrações da molecada, pois os brinquedos mais sofisticados eram sonhos tão distantes que a gente nem se dava ao trabalho de sonhá-los.
Teve época em que virou “febre” colecionar adesivos plásticos. Lembro de meu irmão mais velho enviar cartas com textos-padrão, em inglês, para os EUA, e receber, em resposta, cartões postais e adesivos da NASA, Penzoil e outras. Os meninos competiam para ver quem tinha os vidros das janelas e malas escolares mais lotados!
Tecnologia? Ter um rádio de pilha era um rito de passagem; um gravador de fita cassete garantia economia e popularidade. Quem tinha um aparelho de som estéreo ou uma câmera Super-8 era quase um ET. Mas, quem não tinha nada disso, nem por isso era menos feliz.
Comunicação? Duas latinhas de fermento em pó e uma linha bem esticada bastavam!
O tempo passou e as mudanças vieram sob forma de uma avalanche de tecnologia: comunicação, realidade virtual, etc. Algumas delas são, hoje, indispensáveis; mas viveríamos muito bem sem muitas das quinquilharias “de ponta” que nos são empurradas e cobradas todos os dias, não porque sejam imprescindíveis, mas para que os outros vejam que as temos. Assim, as aparências continuam e os modismos se sucedem com velocidade vertiginosa. A obsolescência paira sobre coisas e gentes, que também são tratadas como coisas.
As informações se multiplicam: condicionantes, contraditórias, ambíguas, e quase não há tempo para processar e concluir racionalmente sobre contextos e intenções. Deve ser a tal da dromocracia...
Dizem: “Comprem!”. Compramos. “Façam isso!”. Fazemos. O curioso é que quem exorta raramente faz o que incentiva. Em suma: continuamos a ser conduzidos e nem sempre nos divertimos com isso. Quem se diverte e lucra são os outros.
Quais os tempos melhores: aqueles ou os atuais?
Bem, isso é relativo! Mas parece que havia mais tempo e espaço para criatividade, interatividade e amizade.
Mas, ontem como hoje, a escala do tempo continua a mesma, não?
Pois é... Talvez só estivéssemos um pouco mais atentos a ele. E ele retribuía.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Imagens do Mundo



Acervo "My World Videos" da "Someonewhocansee" disponibilizado em 19 vídeos de lugares e povos fascinantes:
The Rabaris - The Last of the Wandering Shepherds - INDIA
Mother of the World - EGYPT
Portraits of Rajasthan - INDIA
The Tamangs of Thuman - NEPAL
I'm Iranian من ايراني هستم
The Voice of KASHMIR - Pakistan/India
The Swahilis of Maasai Mara - Kenya
Palestinian SPLENDOR!
Darfur Calling
The Pearl of the Orient - LEBANON
Touched by a Gypsy - Rom
Unsilenced Masks - VENICE - Italy
Amazonia
Turkish Delight - Turkey
The Eyes of Bengal - Bangladesh
Blissful Yemen
Burma Myanmar
I'm Iraqi أنا عراقي
Alba The Brave - Scotland

Hubble - Looking for Something

Terra - Um Pálido Ponto Azul por Carl Sagan



No dia 14 de fevereiro de 1990, tendo completado sua missão primordial, foi enviado um comando a Voyager 1 para se virar e tirar fotografias dos planetas que havia visitado. A NASA havia feito uma compilação de cerca de 60 imagens criando neste evento único um mosaico do Sistema Solar. Uma imagem que retornou da Voyager era a Terra, a 6.4 bilhões de quilômetros de distância, mostrando-a como um "pálido ponto azul" na granulada imagem.
Sagan disse que a famosa fotografia tirada da missão Apollo 8, mostrando a Terra acima da Lua, forçou os humanos a olharem a Terra como somente uma parte do universo. No espírito desta realização, Sagan disse que pediu para que a Voyager tirasse uma fotografia da Terra do ponto favorável que se encontrava nos confins do Sistema Solar.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Pele Verde



A vida na Floresta contada por quem vive nela.

Assista ao documentário completo em Pele Verde

O Mundo não é Maternal


"É bom ter mãe quando se é criança, e também é bom quando se é adulto.
Quando se é adolescente a gente pensa que viveria melhor sem ela, mas é um erro de cálculo.
Mãe é bom em qualquer idade. Sem ela, ficamos órfãos de tudo, já que o mundo lá fora não é nem um pouco maternal conosco.
O mundo não se importa se estamos desagasalhados e passando fome. Não liga se virarmos a noite na rua, não dá a mínima se estamos acompanhados por maus elementos. O mundo quer defender o seu, não o nosso.
O mundo quer que a gente fique horas no telefone, torrando dinheiro.
Quer que a gente case logo e compre um apartamento que vai nos deixar endividados por vinte anos. O mundo quer que a gente ande na moda, que a gente troque de carro, que a gente tenha boa aparência e estoure o cartão de crédito.
Mãe também quer que a gente tenha boa aparência, mas está mais preocupada com o nosso banho, com os nossos dentes e nossos ouvidos, com a nossa limpeza interna: não quer que a gente se drogue, que a gente fume, que a gente beba.
O mundo nos olha superficialmente. Não consegue enxergar através. Não detecta nossa tristeza, nosso queixo que treme, nosso abatimento. O mundo quer que sejamos lindos, sarados e vitoriosos para enfeitar ele próprio, como se fôssemos objetos de decoração do planeta. O mundo não tira nossa febre, não penteia nosso cabelo, não oferece um pedaço de bolo feito em casa.
O mundo quer nosso voto, mas não quer atender nossas necessidades. O mundo, quando não concorda com a gente, nos pune, nos rotula, nos exclui. O mundo não tem doçura, não tem paciência, não pára para nos ouvir.
O mundo pergunta quantos eletrodomésticos temos em casa e qual é o nosso grau de instrução, mas não sabe nada dos nossos medos de infância, das nossas notas no colégio, de como foi duro arranjar o primeiro emprego. Para o mundo, quem menos corre, voa. Quem não se comunica se estrumbica. Quem com ferro fere, com ferro será ferido. O mundo não quer saber de indivíduos, e sim de slogans e estatísticas. Mãe é de outro mundo. É emocionalmente incorreta: exclusivista, parcial, metida, brigona, insistente, dramática, chega a ser até corruptível se oferecermos em troca alguma atenção. Sofre no lugar da gente, se preocupa com detalhes e tenta adivinhar todas as nossas vontades, enquanto que o mundo propriamente dito exige eficiência máxima, seleciona os mais bem-dotados e cobra caro pelo seu tempo.
Mãe é de graça"

Marta Medeiros

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Vigilia Interativa pela Preservação da Amazônia



Amazônia para Sempre

No dia 13 de maio, quarta-feira, estaremos fazendo uma Vigília Amazônica no plenário do Senado Federal.

A Vigília, que será interativa, ocorrerá das 18 às 24 horas e estamos fazendo uma convocação para que as pessoas acompanhem pela TV SENADO e participem enviando suas sugestões, comentários e protestos através do telefone ALÔ SENADO – 0800 61 22 11 ou através do email scomcmmc@senado.gov.br.

Estamos a beira de um grande retrocesso na votação de emendas que flexibilizarão o Código Florestal e mesmo a Constituição.

A Vigília é um alerta geral! Divulguem e participem!

ALÔ SENADO – 0800 61 22 11
scomcmmc@senado.gov.br

As Incríveis Ondas de Clark Little



Um surfista americano agora se dedica a uma atividade inusitada: fotografar ondas de dentro delas.
Clark Little, de 39 anos, começou a fazer as imagens depois que sua mulher manifestou o desejo de ter uma foto para decorar a casa do casal, no Havaí. São fotos espetaculares.
Portfólio completo em Clark Little Photography

terça-feira, 5 de maio de 2009

Propaganda da Ariston

Até um simples ato de lavar pode ser tornar uma maravilha. É tudo uma questão de Ponto de Vista. Vejam a propaganda italiana que ganhou prêmio de publicidade em Cannes.

domingo, 3 de maio de 2009

Homenagem Póstuma a Augusto Boal


Morreu Augusto Boal, de Leucemia, aos 78 anos
Muito mais conhecido fora do Brasil do que por esta nova geração.
Boal empedernido defensor dos oprimidos. Foi preso, torturado e nunca abriu mão de suas convicções políticas e humanas.
Augusto Pinto Boal - (Rio de Janeiro, 16 de março de 1931 - Rio de Janeiro, 2 de Maio de 2009)
Dramaturgo, Diretor de Teatro e Ensaísta Brasileiro

Segue mensagem extraída do site "Em Dia Com a Cidadania" "Cidadão é Aquele que Transforma a Sociedade"

"Todas as sociedades humanas são espetaculares no seu cotidiano, e produzem espetáculos em momentos especiais. São espetaculares como forma de organização social, e produzem espetáculos como este que vocês vieram ver.
Mesmo quando inconscientes, as relações humanas são estruturadas em forma teatral: o uso do espaço, a linguagem do corpo, a escolha das palavras e a modulação das vozes, o confronto de idéias e paixões, tudo que fazemos no palco fazemos sempre em nossas vidas: nós somos teatro!
Não só casamentos e funerais são espetáculos, mas também os rituais cotidianos que, por sua familiaridade, não nos chegam à consciência. Não só pompas, mas também o café da manhã e os bons-dias, tímidos namoros e grandes conflitos passionais, uma sessão do Senado ou uma reunião diplomática – tudo é teatro.
Uma das principais funções da nossa arte é tornar conscientes esses espetáculos da vida diária onde os atores são os próprios espectadores, o palco é a platéia e a platéia, palco. Somos todos artistas: fazendo teatro, aprendemos a ver aquilo que nos salta aos olhos, mas que somos incapazes de ver tão habituados estamos apenas a olhar. O que nos é familiar torna-se invisível: fazer teatro, ao contrário, ilumina o palco da nossa vida cotidiana.
Em Setembro do ano passado fomos surpreendidos por uma revelação teatral: nós, que pensávamos viver em um mundo seguro apesar das guerras, genocídios, hecatombes e torturas que aconteciam, sim, mas longe de nós em países distantes e selvagens, nós vivíamos seguros com nosso dinheiro guardado em um banco respeitável ou nas mãos de um honesto corretor da Bolsa - nós fomos informados de que esse dinheiro não existia, era virtual, feia ficção de alguns economistas que não eram ficção, nem eram seguros, nem respeitáveis. Tudo não passava de mau teatro com triste enredo, onde poucos ganhavam muito e muitos perdiam tudo. Políticos dos países ricos fecharam-se em reuniões secretas e de lá saíram com soluções mágicas. Nós, vítimas de suas decisões, continuamos espectadores sentados na última fila das galerias.
Vinte anos atrás, eu dirigi Fedra de Racine, no Rio de Janeiro. O cenário era pobre; no chão, peles de vaca; em volta, bambus. Antes de começar o espetáculo, eu dizia aos meus atores: - "Agora acabou a ficção que fazemos no dia-a-dia. Quando cruzarem esses bambus, lá no palco, nenhum de vocês tem o direito de mentir. Teatro é a Verdade Escondida".
Vendo o mundo além das aparências, vemos opressores e oprimidos em todas as sociedades, etnias, gêneros, classes e castas, vemos o mundo injusto e cruel. Temos a obrigação de inventar outro mundo porque sabemos que outro mundo é possível. Mas cabe a nós construí-lo com nossas mãos entrando em cena, no palco e na vida.
Assistam ao espetáculo que vai começar; depois, em suas casas com seus amigos, façam suas peças vocês mesmos e vejam o que jamais puderam ver: aquilo que salta aos olhos. Teatro não pode ser apenas um evento - é forma de vida!
Atores somos todos nós, e cidadão não é aquele que vive em sociedade: é aquele que a transforma! "

Augusto Boal

sábado, 2 de maio de 2009

Tempo da Travessia


"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia. E, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos"
Fernando Pessoa